O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) retratou um crescimento de 18% na população idosa entre os anos de 2012 e 2017. Segundo o instituto, o número subiu de 25,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos para 30,2 milhões.
É fato que o crescimento da população idosa é um fenômeno mundial, mas no Brasil a taxa de aceleração é uma das maiores do mundo. Nesse contexto, é fundamental refletir sobre como se preparar para fornecer um cuidado de qualidade a esses indivíduos.
Embora o paciente idoso seja mais vulnerável a certas intervenções médicas ou odontológicas e apresente comorbidades que aumentam a complexidade de sua saúde, hoje o aumento da expectativa de vida busca cada vez mais promover o seu bem-estar ao longo dos anos.
E então, sua clínica está preparada para atender esses pacientes com excelência? Continue lendo este post e descubra os motivos pelos quais esses indivíduos são tão especiais e merecem um atendimento humanizado e diferenciado.
Considere as especificidades do paciente idoso
Primeiro, vamos compreender quais são as particularidades desses pacientes que requerem uma assistência à saúde mais completa. As questões vão desde aspectos fisiológicos até fatores psicológicos. Veja abaixo.
Alterações fisiológicas
Ao receber o paciente idoso em clínicas médicas ou odontológicas para investigar algum diagnóstico, realizar procedimentos ou mesmo acompanhar um tratamento pré-estabelecido, é imprescindível se atentar às alterações fisiológicas associadas ao envelhecimento.
As pessoas mais idosas apresentam diminuição da velocidade do esvaziamento gástrico, redução do volume de massa muscular e aumento da massa adiposa. Além disso, a diminuição do teor de água corporal também é importante, pois deixa o idoso mais vulnerável à desidratação.
Essas alterações, inclusive, podem estar somadas a outras disfunções como as hepáticas, renais e cardíacas, que também devem ser levadas em consideração ao adotar determinada conduta clínica ou tratamento medicamentoso.
Especificidades psicológicas
Além das diferenças no organismo e funções metabólicas, o paciente idoso pode apresentar características específicas no que diz respeito à perspectiva dessas pessoas em relação aos profissionais de saúde e ao atendimento prestado.
De maneira geral, eles podem ser consideravelmente mais exigentes, valorizando uma equipe de qualidade que realmente está preocupada com sua saúde. E embora possa ser um pouco mais difícil conquistar sua confiança, eles são bastante leais aos profissionais quando se sentem seguros e acolhidos verdadeiramente.
Pratique a gentileza
E já que estamos falando em estabelecer uma relação de confiança, nada mais apropriado do que praticar a gentileza com o paciente idoso. Pequenas atitudes podem fazer a diferença durante a consulta.
Levante-se para receber essas pessoas, dê as boas-vindas e pergunte como está sendo o seu dia. A simpatia pode ser um ponto-chave no início da conversa e determinante no estabelecimento de um diálogo mais aberto e espontâneo. Dessa forma, o idoso consegue se abrir e falar de suas condições de saúde com mais naturalidade, o que acaba otimizando o tempo da consulta.
Garanta a prioridade no atendimento
Independentemente da faixa etária, é essencial prezar pela pontualidade na sua clínica, certo? Obviamente isso se aplica à população idosa, sobretudo porque ela requer prioridade no atendimento e isso deve ser um ponto crucial. Treine os colaboradores da clínica de maneira que eles fiquem preparados para remanejar alguma possível fila de espera, atendendo o paciente idoso prontamente como o próximo da fila.
Muitas das vezes o envelhecimento traz consigo dificuldades de deslocamento, de permanecer em pé ou se equilibrar. E dependendo do quadro, dores e desconfortos podem estar presentes devido a alguma morbidade, o que aumenta a necessidade de essas pessoas serem atendidas o mais rápido possível.
Atente-se à comunicação
Hoje em dia uma das principais queixas dos pacientes é a ausência ou comprometimento de explicação quanto às condutas e intervenções adotadas em relação à sua saúde, seja em clínicas médicas ou odontológicas. E isso se torna mais importante em relação ao paciente idoso, pois alguns profissionais podem desconsiderar esclarecer questões importantes das condições apresentadas, o que contribui para uma menor possibilidade de sucesso do tratamento.
Para tanto, seja qual for a complexidade do quadro clínico ou das intervenções necessárias, tente explicar tudo de maneira mais fácil e didática, com o objetivo de fazer com que o paciente compreenda a sua real situação. Quando esse comportamento é empregado, o idoso se sente mais amparado e respeitado.
Desse modo, ele procura seguir as orientações do dentista ou médico adequadamente e isso reflete diretamente nos resultados almejados.
Ademais, vale ressaltar que é extremamente necessário não infantilizar o paciente idoso. A comunicação deve ser acessível e clara para que ele se lembre depois o que foi dito, com paciência e, claro, bom humor.
Valorize os fatores psicológicos
De acordo com um estudo publicado pela UFMG sobre a saúde do idoso, cerca de 28% dessa população sofre com a depressão e a minoria deles costuma recorrer à família ou amigos próximos quando acometidos por problemas emocionais. Já mencionamos anteriormente que o paciente idoso apresenta particularidades psicológicas que devem ser levadas em conta. Mas como adotar esse comportamento durante a consulta para que esse ele se sinta mais confortável?
Ao envelhecer, problemas dentários, como perdas ósseas e dificuldades de mastigação, além de outras complicações médicas podem agravar o quadro de depressão. Assim, cabe aos profissionais da saúde saber abordar o paciente adequadamente e prestar atenção aos possíveis sinais de abatimento emocional que possam estar presentes.
Na maioria das vezes a recuperação de fatores psicológicos e emocionais estimula a autonomia e independência do paciente idoso, que se torna apto a compreender melhor seu estado de saúde e como enfrentar situações mais complexas.
Viu como a satisfação do paciente idoso é essencial para o sucesso de sua clínica? Além do acompanhamento cuidadoso, os profissionais devem estar atentos a possíveis desfechos negativos e monitorar essas pessoas com frequência na prática clínica. Além disso, o contato com os familiares é fundamental e resulta na efetividade e segurança do tratamento definido.
O que você achou deste conteúdo? Já adota ou começará a adotar essas práticas no dia a dia do seu consultório? Compartilhe este artigo em suas redes sociais e discuta com seus colegas sobre essas e outras formas de oferecer um atendimento especial aos idosos!